E mais: dados recentes mostram que a mudança brusca de rotina que a pandemia causou na vida e no trabalho das pessoas trouxe impactos também para a saúde mental. 

De acordo com um estudo realizado pela UERJ, casos de depressão aumentaram em 90% e a quantidade de pessoas que relataram sintomas de crise de ansiedade e estresse mais que dobrou no ano de 2020.

Precisamos falar cada vez mais sobre nossa saúde mental e ampliar o debate para mais pessoas. Por isso, resolvemos reunir 3 livros para ler no Setembro Amarelo - mês dedicado a prevenção do suicídio, que podem ajudar a trazer mais reflexões em torno do tema.

1) Capacitismo: o mito da capacidade 

A palavra capacitismo ainda é muito pouco conhecida para as pessoas e isso se deve principalmente ao fato de que pouco se sabe sobre pessoas com deficiência. 

Essa comunidade que, por tanto tempo e - ainda hoje -, têm suas narrativas expostas através do olhar de pessoas sem deficiência, luta para sair dos estigmas de heróis versus coitados.

Neste livro, Victor Di Marco, que é uma pessoa com deficiência, faz um breve apanhado de palavras e de situações que você tem que saber acerca do tema e discute sobre como o preconceito e a exclusão podem ter consequências na saúde mental dos PCD's. Ele fala sobre depressão e o suicídio e  une conceitos junto de suas memórias. 

Victor explora até onde o mito do capacitismo adentra na vida de uma pessoa com deficiência e busca achar em si respostas que por tanto tempo foram apagadas.

2) Anoréxica: o drama de quem viveu a doença num relato honesto, cru e impactante 

Como um paciente com anorexia e transtorno obsessivo-compulsivo experimenta a psiquiatria? Que tipo de batalhas são travadas dentro de uma pessoa que quer acabar com uma doença que a atinge desde a infância e, ao mesmo tempo, é uma ameaça letal? 

Por meio de internações em três diferentes instalações psiquiátricas por um total de três anos, Ingeborg Senneset documentou a lenta tarefa de recuperar o controle sobre sua própria vida. 

Por meio de reuniões com os melhores e os piores lados dos cuidados de saúde, paradoxos e conflitos, tanto em nível interpessoal quanto privado, conhecemos toda a sua história. 

Anoréxica é uma representação honesta, implacável e não sentimental do interior da doença e dos hospitais por uma autora que tem a combinação única de ser paciente, jornalista e enfermeira.

3) Nas sombras do holofote

Neste livro você é convidado a conhecer o que há por trás das cortinas das apresentações de balé clássico. A dança, arte que é sempre descrita como grande esplendor, também carrega consigo dureza, exclusão, desafios e barreiras. 

A obra fala sobre como corpos diferentes sofreram em escolas de balé e apresenta relatos de bulimia e vontade de cometer suicídio.

Em meio a tantas vivências dos(as) bailarinos(as), há o obscurecimento de determinadas individualidades. A autora Mélanie Layet propõe que coloquemos um grande holofote para iluminar a história dessas pessoas, que são muitas vezes silenciadas por preconceitos de gênero, raça e gordofobia.  

O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, iniciado em 2015, visa sensibilizar e conscientizar a população. Visite www.setembroamarelo.org.br e saiba mais <3