A Justiça é uma mulher negra

agosto 12, 2021

O primeiro livro da Coleção Juristas Negras, A Justiça é uma Mulher Negra, já traz em seu próprio título um caráter disruptivo. Confrontar a branquitude e a epistemologia ocidental estabelecida no universo jurídico é um ato que, por si só, confere identidade singular à criação das autoras, Lívia Sant’Anna Vaz (@liviasantanavaz) e Chiara Ramos (@professorachiara).

Trata-se de uma obra multidisciplinar que coloca em diálogo o Direito, a história e uma visão afrodiaspórica interseccional na construção de uma justiça pluriversal.

O resultado é uma experiência teórico-vivencial multipotente, regada a expressões artísticas como músicas, poemas, ilustrações e muito afeto. Assim como o resgate de saberes ancestrais que permeia toda a produção, a inovação é revelada através de QR-Codes dispostos no decorrer dos escritos, remetendo o público para outras dimensões do saber.

Este é um livro para ser lido e sentido, essencial para quem quer enxergar o mundo sem as lentes impostas pelo colonialismo, racismo e sexismo.


A coleção: Juristas Negras

A Coleção Juristas Negras é uma insurgência epistemológica nascida da encruzilhada identitária que intersecciona gênero e raça no sistema de justiça brasileiro.

Raça e gênero configuram-se como dois dos principais marcos imediatos de identificação – e, ao mesmo tempo, de subalternização – social de uma pessoa, produzindo vulnerabilidades específicas contra mulheres negras que, além de estarem no topo dos índices de violência contra a mulher, compõem a base da pirâmide socioeconômica brasileira.

Embora, nesse sentido, a encruzilhada seja um lugar de dor e solidão, nossa ancestralidade nos ensina que ela também é lugar de encontro, troca e reciprocidade, de onde ecoam vozes potentes e se movem corpos insurgentes em busca da construção de uma Justiça Pluriversal.

E é dessa posição interseccional que nós, enquanto mulheres negras, latino-americanas e nordestinas, propomos essa coleção, que publicará as contra-narrativas que vêm sendo construídas por juristas negras, de modo a enfrentar o epistemicídio jurídico e a ampliar os horizontes de discussão sobre Direito e Justiça numa perspectiva crítica.

Autoras

Lívia Sant'Anna Vaz














É uma mulher negra e nordestina, nascida em Salvador (BA), a cidade mais negra fora da África. Recentemente foi reconhecida como uma das 100 Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana do Mundo, na Edição Lei & Justiça.

Seguindo a valiosa Orí-entação ancestral que recebeu, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), na qual, além de se graduar, cursou mestrado em Direito Público. Ainda como acadêmica, teve a chance de estagiar no Ministério Público quando decidiu que queria ser Promotora de Justiça, cargo que ocupo desde 2004.

Doutoranda em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), Livia tem se dedicado a compartilhar suas vivenciais, especialmente com outras meninas e mulheres negras, para que descubram a potência transformadora de suas vozes e seus corpos negros.


Chiara Ramos 













Mulher negra, filha do amor de Cláudio e Carla, nascida e criada nos engenhos de cana-de-açúcar da Zona da Mata de Pernambuco. Filha de Iansã com Ogum, Chiara nasceu destinada a guerrear pela justiça. Realista esperançosa, a menina de engenho se tornou Procuradora Federal por convicção, professora por vocação e pesquisadora por inquietação.

Se graduou na Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), hoje é Doutoranda em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), em cotutoria com a Universidade de Roma (La Sapienza), graduada e Mestra em Direito pela UFPE.

A partir da encruzilhada que intersecciona gênero e raça, que Chiara busca (re)construir minha própria narrativa, sobre o Direito e o sistema de justiça.


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2 comentários

  1. Trabalho de um Promotor de Justiça???!!! Uma pergunta que vi em um texto da internet. É ajudar a matar!!! E não é exagero dizer isso, nem calunia, e nem nada disso, só a realidade mesmo!!! Porque aqui nesse país, ocorre o seguinte: se tem uma população ignorante, e aquilo que chamam de justiça se aproveita disso. Então quem denuncia um crime com provas a tática que eles usam é assim: ESCONDEM VÁRIAS INFORMAÇÕES DA DENUNCIA DEIXANDO A PESSOA SOZINHA NA DENUNCIA, E FICAM ASSEDIANDO DE TEMPOS EM TEMPOS. OU SEJA, TENTAM MATAR QUEM DENUNCIA, POR DESPREZO, HUMILHAÇÃO. O meu pai foi morto até por desidratação em um hospital chamado MARIO GATTI EM CAMPINAS-SP em 05/2019. Quase que a Cidade de Campinas inteira sabe, a população ignora, e aquilo que chamam de Autoridades também. Só faltam apedrejar quem denuncia!!! A PROMOTORIA DA CIDADE DE CAMPINAS- esconde várias informações e ficam assediando de tempos em tempos. A crueldade deles chega a tanto- que os assassinos são capazes de dizer assim para você por telefone: "PORQUE VOCÊ É CHATA!!!"- OU SEJA, OS PROPRIOS ASSASSINOS QUE CUIDAM DO CASO. ENTÃO A GENTE SÓ ESPERA, E NÃO É SENTADA QUE TENHA GENTE DO OUTRO LADO QUE FAÇA ALGO- QUE PASSEM AS INFORMAÇOES QUE ESCONDEM E SE TENHA RESPEITO- PORQUE PARA ELES ISSO AQUI É POLITICAGEM. NÃO É, NÃO, É QUE TEM MUITA GENTE QUE SE ACOSTUMOU A SER TRATADOS COMO PUTAS, PIRANHAS E GIGOLOS E ACHAM NORMAL- EU NÃO- BUSCO TER RESPEITO POR MIM MESMA- SÓ ISSO. Porque trabalho e dou renda ao país, então gente- quem tem um pouquinho de solidariedade pelos outros faça algo- a minha familia quer as várias informações que eles escondem, que são várias

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