11 livros reportagens que você precisa ler

abril 07, 2020




Você sabia que hoje é o dia do jornalista? 

Em homenagem a essa profissão incrível que assume todos os dias o papel de informar a população e contar histórias verdadeiras e necessárias para o mundo, fizemos uma lista de 11 livros reportagens incríveis que você precisa ler.

Vai abrindo espaço na estante, porque só vem indicação incrível.

1. Brumadinho: A Engenharia de um Crime


Não poderíamos começar com nenhuma outra indicação que não essa. Brumadinho é um livro reportagem baseado nas investigações da polícia federal sobre a maior tragédia ambiental que já ocorreu no país. Baseado nas investigações da Polícia Federal, a obra traz informações inéditas sobre os bastidores da investigação e o cotidiano no complexo minerário.

Os jornalistas  Lucas Ragazzi (Globo Minas) e Murilo Rocha (O TEMPO) foram responsáveis pela costura dessa narrativa que está documentada em relatórios internos da mineradora, trocas de e-mails de auditores externos e depoimentos de funcionários. 

Fizemos, inclusive, uma entrevista com os autores do livro aqui no blog, confira!

2. Kaddish: prece por uma desaparecida Esse livro conta a história de Ana Rosa Kucinski Silva. Uma das 210 pessoas que ainda estão desaparecidas, desde a época da Ditadura Militar. O que aconteceu com Ana Rosa e seu marido, Wilson Silva, ainda é nebuloso. Décadas depois do dia 22 de abril de 1974, não se sabe com exatidão como um casal desapareceu em plena luz do dia, no maior centro da cidade do país. Nem para onde os dois foram levados. Ou como morreram. Há versões. A que a autora conta é a mais factível.

O livro de 200 páginas foi produzido com base em testemunhos de amigos, familiares e colegas de Ana Rosa. A autora realizou uma extensa pesquisa sobre a sua vida, usando também de como cartas, postais, fotos, certidões. Registros de uma vida. Receitas de médico, bilhetinhos em guardanapos. Declarações de amor e de amizade. 


A autora da obra, Ana Castro, também foi entrevistada aqui no blog, confira


A ficção muitas vezes se apresenta como uma estratégia lúdica de representação da realidade. Mas, neste Livro-Reportagem, a objetividade jornalística cede espaço para a criatividade da autora, para narrar a história de vida de três homens, que, mesmo estando atrás das grades, continuam tirando a liberdade de suas vítimas; em paralelo, a vida de três mulheres livres, que se encontram presas as duras lembranças de um crime. 

O único fato comum entre eles e elas é a Cultura do Estupro, suas causas e consequências.

A jornalista Dayane Kesia, autora da obra, já escreveu aqui no blog sobre a cultura do estupro. Confira!


Até que ponto a construção de uma hidrelétrica pode modificar a vida de quem mora às margens de um rio? No norte baiano, a Barragem de Sobradinho impactou a vida de milhares de ribeirinhos, que tiveram suas histórias de vida silenciadas. 

Quarenta anos depois, o autor rompe com o silêncio e mergulha nas memórias de moradores de uma comunidade rural quase esquecida, para, com muita poesia, narrar neste livro-reportagem os efeitos sobre a economia, a vida em sociedade e a produção agrícola. 

Nesta comunidade, as maiores ausências sentidas são as águas: a que deveria abeirar-se às casas pelo sistema de abastecimento e as que correm no leito do agora distante rio São Francisco. Por isso, foi rebatizada como Vazio das Águas: uma estratégia para preservar o anonimato dos protagonistas, mas que se apresenta como uma analogia com as histórias vividas por outros atingidos por barragens no país.

O autor da obra também escreveu um artigo aqui no blog falando sobre o desafio de (re) contar histórias reais, confira!


Mulheres mortas, mutiladas, tripudiadas, reduzidas a objetos sexuais. É sobre tal sofrimento que jovens repórteres se debruçaram, com o objetivo de mergulhar fundo neste universo tenebroso de violência de toda ordem, conhecê-lo e chamar a atenção das pessoas para o problema. 

São histórias, narrativas e reportagens que revelam, sem nenhuma surpresa, um país violento, machista, misógino e preconceituoso. Ser mulher no Brasil é ser vulnerável. Só de olhos bem abertos, exercitando o olhar crítico e, dando voz a essas mulheres, será possível lutar contra a discriminação de gênero e de cor. Neste sentido que as reportagens presentes neste livro querem contribuir.


Esta obra traz as vozes de mulheres violentadas, que integram as estruturas do sistema carcerário feminino, mostrando que essas precisam ser ampliadas e ecoadas até que suas vivências não sejam mais contadas, e sim, transformadas.

"O Estado não te dá nada. Ele te joga numa caixa suja, como se você fosse um bicho que não precisa de nada Tati. Sobre os dias que eu não gostaria de ter que contar traz ao papel o que na vida faz arder. Talvez seja pretensão ou inocência acreditar que folhas transmitem dores sentidas na carne."


Fortaleza de Partilhas é sobre acolhimento, vidas e reencontros. São textos e imagens que abordam o cotidiano das salas anônimas de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) e seus membros, representando os mais de 5 mil grupos espalhados pelo país. 

Por meio depoimentos e cartas, homens, mulheres, lideranças do Alcoólicos Anônimos abrem-se para contar suas lembranças, experiências, dores e alegrias. Pessoas que através da vivência dentro da irmandade conseguiram ressignificar suas identidades. Este livro trata do poder de se ver nos outros e ouvir-se sem expressar palavras.


 Um livro-reportagem, seis protagonistas e uma história: a de mulheres negras brasileiras. Um livro sobre identidade racial, abandono, solidão afetiva, memórias e resistências. A breve história de seis mulheres negras, de seis gerações diferentes, mas de uma mesma família: Eu, Preta.

"Em um céu de nuvens feitas de algodão branco, branquíssimo, mãos escuras tentam alcançá-las. Mas é preciso cuidado para não manchar. Não pode sujar. Não pode roubar a pureza que há na cor. Fatalmente, as mãos negras de Preta ficam sujas tocando nuvens tão repugnantemente alvas."


O livro fornece uma imagem fascinante e impiedosa da desastrosa campanha que entregou os Estados Unidos ao presidente Trump, e uma advertência gritante de um erro que não deve ser repetido.

A julgar pela postura da liderança do Partido Democrata e grande parte da mídia, a perda devastadora de Hillary Clinton na eleição presidencial de novembro de 2016 foi por culpa de vazamentos russos perniciosos, investigações injustificadas do FBI e um colégio eleitoral distorcido. 

Perder uma eleição para alguém com tão pouca competência ou apoio de seu próprio partido como Donald Trump marcou um fiasco extraordinário. A recusa da liderança democrata em identificar as verdadeiras razões de sua derrota não é apenas um problema de história. 

Baseando-se nos lançamentos do WikiLeaks das palestras de Clinton no Goldman Sachs e nos e-mails de seu chefe de campanha John Podesta, além de trechos importantes de seus discursos públicos, Como eu perdi, por Hillary Clinton, também inclui comentários extensos do premiado jornalista Joe Lauria, e um prefácio de Julian Assange, editor-chefe do WikiLeaks.


Pensar o feminismo dentro da periferia de São Paulo é enxergar as diferentes vivências que se misturam e se fortalecem numa junção do individual com o coletivo. Essa caminhada é de longa data, desde nossas ancestrais, avós, mães, tias e tantas outras mulheres com quem convivemos. 

Aqui queremos registrar um importante fragmento de histórias que, até então, foram silenciadas por uma estrutura sistemática que nos oprime e violenta. Somos o emblema de resistência para uma geração que busca suas memórias para se fazer presente. 

Esse livro é baseado no feminismo interseccional, tratando questões de gênero, raça e classe. As autoras contam a história de sete mulheres moradoras das periferias de São Paulo: Tula Pilar, Ana Paula Nascimento, Marilu Cardoso, Aline Anaya, Jéssica Moreira, Giovana Tazinazzo e Bea Andrade. E, apesar de terem feito este livro por e para as mulheres, elas esperam que as histórias aqui presentes possam servir como inspiração para reflexões de qualquer pessoa, independente da característica pessoal e social.


Projeto experimental construído no formato de um livro-reportagem sob a ótica de vítimas que sofreram repressão policial em Brasília, no dia 29 de novembro e 13 de dezembro de 2016, e em Goiânia, no dia 28 de abril de 2017.

O objetivo da obra é, por meio de breves textos, formular uma crônica maior sobre a violência policial, no sentido de compreender as motivações dos agentes coercitivos, compreender as consequências na vida dos sujeitos-vítimas (e da sociedade como um todo, levando para o lado simbólico sobre o que o ato de manifestar representa) e compreender a experiência que é passar por esse tipo de repressão. 

O autor, Bruno Destéfano, também escreveu um artigo para gente no blog contando um pouco dos bastidores da sua obra. Confira!


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