Dicas para não compartilhar notícias falsas nas redes sociais
setembro 12, 2019No Brasil, pesquisa¹ mostra que 80% dos brasileiros acreditam nas informações que veem ou leem na internet (Google) e nas redes sociais Facebook e Twitter. Além das informações que circulam no aplicativo de conversa WhatsApp. A plataforma, inclusive, é uma das mais usadas para a difusão de notícias falsas.
Por isso, é preciso muito cuidado na hora de compartilhar a informação que você recebe nas redes. Apresento abaixo três dicas para não espalhar notícias falsas por aí:
1. Siga sites de checagem nas redes sociais
Se você recebeu uma mensagem e desconfia de sua veracidade, pode consultar sites de checagem (fact-checking). O Brasil tem sites com bons profissionais que checam muitas informações que circulam nas redes. A Agência Lupa e Aos Fatos, por exemplo, mantêm os sites e as plataformas Twitter, Facebook e Instagram sempre atualizados com as checagens das informações que circulam por aí. Você até pode enviar a informação para eles que eles checam.
2. Faça a checagem você mesmo
Os sites brasileiros que disseminam notícias falsas possuem características em comum. Algumas delas podem ser observadas pelo próprio usuário (nem precisa ser jornalista). Geralmente, estes sites foram registrados com domínio .com ou .org (sem o .br no final), o que dificulta a identificação de seus responsáveis com a mesma transparência proporcionada ou permitida pelos registros no Brasil). Não possuem qualquer página identificando seus administradores, corpo editorial ou jornalistas. Quando existe, a página 'Quem Somos' não diz nada que permita identificar as pessoas responsáveis pelo site e seu conteúdo. As "notícias" não são assinadas e são cheias de opiniões — cujos autores tão pouco são identificados — e discursos de ódio (haters). Os sites com notícias falsas possuem nomes parecidos com os de outros sites jornalísticos ou blogs autorais já bastante difundidos. Seus layouts deliberadamente poluídos e confusos fazem com que pareçam grandes sites de notícias, o que confere a eles credibilidade para usuários mais leigos.
3. Acompanhe sites e jornais
É interessante seguir nas redes sociais os principais sites e jornais brasileiros. Exemplo: Folha de S. Paulo, Estadão, G1, UOL, etc. Neles, você encontra matérias e reportagens assinadas por jornalistas profissionais que apuraram (investigaram e checaram) as informações antes de publicar. Assim, se aquela notícia que você recebeu no Whatsapp não repercutiu também nestes sites é bem provável que ela seja falsa.
¹ O instituto de pesquisa MDA ouviu 2002 pessoas entre os dias 7 e 11 de fevereiro de 2017, em 138 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi divulgada no dia 15 de fevereiro de 2017. Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/4870574/no-brasil-80-acreditam-no-que-leem-nas-redes-sociais-diz-pesquisa>.
Kassia Nobre é autora do livro "Em busca da credibilidade: a rede de investigação jornalística na era das Fake News". Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, mestra em Letras pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc - RS), pós-graduada em Jornalismo Literário pela ABJL-SP e graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
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